Data: 28.05.2007 - Fonte: RJ TV
RIO - Além de roubar carros e traficar armas e drogas, a quadrilha desmontada, na quinta-feira, na Operação Savana também é acusada de praticar o golpe do seguro. Entre os 11 presos da Operação Savana, um tinha ficha limpa na polícia. Mas foi flagrado quando tentava dar um golpe na seguradora com a ajuda da quadrilha. Ele planejava entregar o seu carro aos bandidos e dizer à polícia que tinha sido vítima de roubo. Em uma gravação telefônica, feita com autorização da Justiça, ele fala com um homem chamado Gilmar, também preso nesta quinta. Segundo os investigadores, eles chamam o veículo de “bolo”. O registro da ocorrência na delegacia é chamado de “parabéns”.Nesta sexta, os policiais fizeram buscas em alguns endereços, mas cinco bandidos que integram o bando continuam foragidos, entre eles Gilmar Oliveira Meirelles, apontado como um dos chefes da quadrilha. Ele escapou por pouco de ser preso ontem em dois locais: primeiro na sua casa e depois da casa da namorada, ambos em bairros da Zona Norte do Rio.
Perto da casa da namorada de Gilmar, em Del Castilho, os policiais encontraram um galpão usado para desmontar carros roubados. O galpão pertenceria a Gilmar e ao policial civil Júlio César de Almeida, que seria o principal chefe do bando.
Proprietário do carro: Eu tava com um "bolo" pra gente cantar um "parabéns". Queria ver contigo o seguinte: eu tava dependendo de cantar esse "parabéns" para segunda-feira.
Gilmar: Qual é a marca?
Proprietário do carro: Polo. Tem três meses, quer dizer, é uma criança recém-nascida. Vou te entregar o “bolo” intacto.
Gilmar: Então me liga de manhã cedo, umas 8h30, 9h.
Proprietário do carro: Mas dá pra bater o "parabéns" à noite? Porque ele tá na carência, entendeu?
Gilmar: Tá tranqüilo.
O cidadão de bem que contrata um bandido para roubar o seu próprio carro está cometendo dois crimes: estelionato e falsa comunicação de crime. A pena por esses dois delitos pode chegar a 4 anos de prisão.
- As pessoas perdem o limite. Elas acham que porque elas não praticam nenhum crime violento, o fato de elas entregarem o carro para um bandido cortar elas não tem nenhuma participação em um delito maior. Mas tem sim - explicou o chefe de polícia Gilberto Ribeiro.
Segundo a Federação Nacional de Seguradoras (FENASEG), 15% das comunicações de roubo são fraudes.
- A gente faz sim um levantamento com informações. Nós levantamos dados. Quando a gente constata alguma situação com potencial de crime a gente encaminha isso para as autoridades policiais ou para o Ministério Público. A gente já tem alguns casos de prisões de pessoas que tentaram fraudar o seguro - disse o gerente de proteção ao seguro/FENASEG, Mário Viola.
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