sexta-feira, 29 de junho de 2007

Mapfre faz aporte de R$ 307 milhões

O grupo espanhol Mapfre fez um aporte de R$ 307 milhões na operação brasileira, que já representa 9% das vendas mundiais e 40% da América Latina. O valor é praticamente a totalidade do capital necessário para adequar a seguradora às novas exigências das regras de Solvência II, que entrarão em vigor a partir de 2008. No ano de 2006, o grupo investiu R$ 207 milhões, totalizando nos dois últimos anos R$ 514 milhões de recursos novos.

"Estamos nos antecipando à necessidade de aporte, num claro sinal de apoio às exigências do órgão regulador e também da importância do Brasil para o grupo", disse o presidete da Mapfre Seguros, A. Santos. "E isso é notável quando observamos que a companhia foi uma das primeiras seguradoras a se antecipar aos novos normativos de solvência".

A antecipação de recursos pelas empresas estrangeiras, as que mais têm necessidade de aportes, é vista como um bom negócio para o acionista.

Isso porque os recursos aqui aplicados serão remunerados pela maior taxa de juros do mundo.

Santos frisou que a Mapfre é compradora neste momento em que as apostas são de que as regras de solvência irão gerar um movimento de compra de companhias e de carteiras de negócios. "Esta-mos sempre atentos a boas oportunidades", disse. Também adiantou que o grupo analisa oportunidades em saúde e pia-nos odontológicos, praticamente os únicos segmentos em que ainda não opera no Brasil.

Segundo estudo da consultoria Siscorp, o total de aporte necessário de todas as seguradoras que operam com ramos elementares até 2010, prazo final dado pela Susep para a adequação, é de R$ 7,3 bilhões. Caso seja realocado o capital de controladas, o valor cai para R$ 2,6 bilhões. A Mapfre, de acordo com o estudo, se optar por ter um modelo próprio de cálculo de capital terá necessidade de R$ 4 290 milhões. Se optar pelo modelo da Susep, o valor sobe para R$ 450 milhões.

Os recursos irão beneficiar as subsidiárias Mapfre Vera Cruz Seguradora e a Mapfre Vera Cruz Vida e Previdência. A operação também tem como objetivo fortalecer a estrutura patrimonial necessária para a manutenção do crescimento orgânico das operações no País. "Iremos reforçar investimentos em treinamentos específicos para os corretores e dar continuidade aos planos de crescimento e desenvolvimento de suas atividades, fortalecendo a estratégia de presença territorial por meio de sucursais."

Nos quatro anos em que Santos comanda as empresas do grupo no Brasil, o faturamento saiu de R$ 1,1 bilhão para uma previsão de R$ 3 bilhões neste ano. Até maio, os prêmios somaram R$ 1,3 bilhão. No ano passado, a Mapfre divulgou lucro antes dos impostos e participações de R$ 136,8 milhões e lucro líquido de R$ 87,7 milhões. Os prêmios emitidos chegaram a R$ 2,5 bilhões, crescimento de 41,6%, enquanto o setor cresceu 14,2%.

De acordo com Santos, o mix de produtos do grupo atualmente é de 40% vida e 40% automóvel. Até maio, o segmento de vida e previdência registrou crescimento de 28%, o de seguros gerais de 32% e automóvel ficou em 7,5%.

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