A área metropolitana de São Paulo é a de maior risco para roubo de cargas em todo o País. Saída: os equipamentos de rastreamento ajudam a combater os ladrões. Tem pouco mais de dez anos o conceito de gerenciamento de risco de cargas. Começou depois que os roubos nas estradas tornaram-se freqüentes — chegando a algo entre R$ 800 milhões e R$ 1 bilhão por ano, segundo a Confederação Nacional de Transporte (CNT) — e as companhias de seguro concluíram que era preciso haver algum tipo de prevenção. Como ocorreu com os veículos de passeio, que passaram a incorporar alarmes, os caminhões, até pela natureza e valor da carga, incorporaram o rastreamento em tempo real.
Com a adoção do rastreamento nas estradas, o roubo de carga não foi reduzido, mas a escalada pelo menos parou. Era natural, portanto, que os ladrões de cargas acabassem concentrando sua atividade nas áreas urbanas. Aqui, há uma série de vantagens para os ladrões - principalmente o trânsito, que facilita as fugas.
Logo, esse espaço — a região metropolitana de São Paulo — tornou-se o de maior risco do País para todo tipo de carga. O perigo existe em especial porque aqui concentram-se os grandes riscos que, em uma estrada, às vezes podem ocorrer isoladamente. Há cerca de dez anos, os equipamentos de rastreamento, ainda caros e pesados, foram introduzidos na cidade,de telefonia celular, que começava a se disseminar.
Desvios sob vigilância - Para os rastreadores, o serviço parecia mais fácil, porque a carga urbana é considerada mais previsível do que a rodoviária. Tem um roteiro definido, com pontos de entrega definidos, diferente do transporte rodoviário, que às vezes comporta desvios de rota dependendo da conveniência e do espaço no caminhão. "Com essa previsibilidade é possível reproduzir no rastreador a regra (o roteiro) passada ao motorista". Assim, qualquer desvio é imediatamente reconhecido e apontado pelo equipamento.
No início, era bem fácil para todos, porque os ladrões ainda não conheciam o modo de funcionamento. Um rastreador usa antenas —de repetidoras de celulares, de estações de rádio ou em satélites — para seguir um sinal emitido pelo equipamento. O procedimentobásico pode ser a triangulação da posição do veículo por meio de antenas como pode ser a leitura direta de um aparelho Global Positioning System (GPS), ou sistema global de posicionamento, dentro do caminhão. Há dezenas de antenas na área metropolitana, que na realidade cobrem áreas ainda maiores (de Campinas ao alto da serra do Mar, na descida para Santos). Em um caso ou outro, o equipamento emite continuamente coordenadas geográficas, latitude e longitude. Essas coordenadas são recebidas em um central e decodificadas por computadores e programas que situam a posição em um mapa da área — no caso, a cidade de São Paulo.
O cliente pode verificar o percurso de sua carga simplesmente acessando os sites dos rastreadores. Com um nome e uma senha, tem acesso aos sinais de seus carros devidamente marcados em um mapa da área. Qualquer ocorrência estranha pode e deve ser avisada para comunicação com o motorista ou para chamar a polícia. As empresas de rastreamento desenvolvem continuamente os seus programas. Quando um cliente informa uma eventual deficiência ou necessidade, os laboratórios de informática da empresa rastreadora tentam criar uma regra nova para ser verificada pelo sistema. Qualquer sugestão acaba beneficiando todos os clientes.
Sensores para tudo - Isso, porém, não resolve tudo. Para evitar a ação dos ladrões de cargas, carros e motos, as companhias de rastreamento também desenvolveram sensores que avisam sobre atitudes suspeitas. O primeiro deles é o sensor de abertura de portas, que mostra, na central, se a abertura foi feita em lugar previsto, isto é, em um ponto de entrega.
Mas a batalha contra os ladrões sempre se dá com desafios e superações. Apareceu o sensor de abertura de portas e os ladrões passaram a conhecê-lo trataram de entrar pela janela do veículo - que também foram equipados com novos sensores. Isso levou os criminosos a atacar os caminhões nos pontos de carga e descarga, onde a porta fica naturalmente aberta. Hoje, por pedido inicial da indústria farmacêutica, monitora até o tempo em que a porta fica aberta. Em certos casos, sabe-se que o funcionário precisa de 20 segundos para reabrir, retirar a carga e fechar a porta novamente.
A briga contra os ladrões continua. E mais ou menos como a disputa que se trava entre empresas de tecnologia da informação que fazem antivírus para computadores e os hackers, criadores de programas mal intencionados. Um hacker encontra uma brecha, da qual se aproveita para invadir sistemas. O rastreador – como um programador de software – trata de cobrir essa brecha e tenta antecipar outras. É uma luta sem fim.
Graber Rastreamento - YRD Corretora de Seguros
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