Previsão de aumento de 5% a 10% nas apólices deve ser superada depois de dois sinistros com Airbus
Os recentes acidentes com aeronaves Airbus da Air France e da Yemenia Airlines terão forte peso na renovação dos Seguros das companhias aéreas mundiais este ano e em 2010.
A média anual de pagamento de sinistros é de US$ 1,4 bilhão. Só no primeiro semestre deste ano já foram contabilizados US$ 1,5 bilhão, crescimento de 11% em relação à média anual. Em 2007, o primeiro semestre fechou com perdas de US$ 457 milhões.
A expectativa é que o ano encerre com um custo de US$ 2,2 bilhões para as Seguradoras, um crescimento de 60%. Excluindo 2001, o ano dos atentados às Torres Gêmeas, em Nova York, é o terceiro maior gasto da história para o setor. Os números são da seguradora ARS, a maior seguradora do mundo com US$ 6,2 bilhões em contratos.
Tradicionalmente, o mês de Julho é o que contém maior volume de renovação de contratos. Só neste mês, serão 36 companhias internacionais no mundo, entre elas American Airlines, China Airlines e Fedex. O resultado destas negociações darão direcionamento do que ocorrerá com as outras empresas até o fim do ano. Gol e TAM renovam seus contratos também neste semestre.
Depois de dois anos em queda, a expectativa no mercado, no início do ano, era de que a alta variasse entre 5% e 10%, devido à crise econômica que reduziu a oferta de prêmios. Depois dos acidentes, o aumento deve superar as estimativas iniciais.
"Em 2007 e 2008, a quantia paga em prêmios foi maior que a de sinistros", explica Queiróz. "No entanto, a crise econômica mundial já estava mudando este perfil no fim do ano passado, devido à escassez de recursos".
Juntos, os dois acidentes da Air France e da Yemenia foram os mais caros para o mês na história. No entanto, apesar dos atuais acidentes terem ocorrido com aeronaves Airbus, o gerente de resseguros explica que eles pesarão sobre todas as companhias e não somente sobre aquelas que usam os Airbus ou especificamente sobre aquelas que foram afetadas, se referindo à recente queda do A330 da Air France e do A310 da Yemenia, que juntos, vitimaram 381 pessoas.
"A análise não é sobre a aeronave ou sobre a companhia. O estudo do risco leva em conta os motivos que levaram ao acidente como um todo, além de como a companhia se comporta em relação à manutenção e ao histórico mundial de acidentes".
Aestimativa de custo para as seguradoras no segundo semestre fica entre US$ 620 milhões e US$ 650 milhões. "Historicamente acontecem menos acidentes no segundo semestre do que no primeiro". O especialista também explica que o quadro atual de pouca oferta de prêmios não vai gerar, no entanto, uma dança de cadeiras entre as companhias e as seguradoras.
"É um mercado de longo prazo, de lealdade. As companhias costumam negociar com os mesmos grupos por 20 anos, mesmo em caso de alta dos preços" conclui.
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