domingo, 29 de abril de 2007

Cobrança é o gargalo na Previdência Privada complementar

Data: 30.04.2007 - Fonte: Jornal do Commercio

O economista Keyton, diz que a disciplina dos trabalhadores é condição sine qua non para que as reservas dos planos abertos de previdência privada aumentem, expressivamente, a sua participação no Produto Interno Bruto (PIB), que está hoje em torno de 18%. Nos países desenvolvidos, segundo ele, as reservas da previdência complementar correspondem a mais da metade da riqueza bruta nacional.

Para que o País avance nesse campo, ele entende que os atuais mecanismos usados pelas empresas de previdência podem e devem ser substituídos ou complementados por outros sistemas de cobrança, mais eficientes.

- Uma das alternativas, por exemplo, seria o desconto direto na folha de salário, mecanismo usado hoje em dia apenas pelos fundos de pensão e em alguns planos previdenciários comercializados por bancos. É uma das maneiras eficientes de cobrar e trazer disciplina aos futuros aposentados.

O economista cita alguns exemplos cujo desconto em folha poderia funcionar muito bem. As operadoras de planos de saúde, que garantem o pagamento de grande número de médicos e profissionais de saúde, poderiam fazer convênios com bancos e oferecer aos associados o sistema de previdência complementar com desconto automático em seus recebimentos mensais.

Um outro exemplo similar, que comprova a eficiência da proposta, é o que ocorre com os caminhoneiros, que já realizam descontos no valor de seus fretes para órgãos como Sest e Senat, e deles recebem produtos e serviços especializados. Ele sustenta que o mesmo formato poderia ser adotado para garantir um plano previdenciário para a categoria. Atualmente, há cerca de 600 mil caminhoneiros autônomos, a grande maioria sem cobertura previdenciária.

Na avaliação do especialista, os dois casos ajudam a garantir a receita e, no futuro, o retorno ao investidor. Aperfeiçoar os mecanismos de arrecadação, segundo ele, é, hoje, uma questão fundamental, tanto na previdência privada quanto na pública, já que a quantidade de pessoas com mais de 60 anos, não demora, representará 35% da população. "É agora que precisamos nos preparar para atender as demandas e necessidades de cobertura previdenciária desse público".

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